A FORÇA DO CARÁTER
Quem assistiu ao debate realizado pela rádio CBN, entre seis dos oito pleiteantes ao Governo do Estado, percebeu, nitidamente, a enorme dificuldade dos adversários do candidato à reeleição, Luiz Henrique da Silveira, em tentar desqualificar a sua gestão.
Primeiro, porque a maioria preferiu não atacar a Descentralização, como prometia. Claramente, foram advertidos por suas assessorias de que isso seria um furo n´água, tendo em vista a excepcional aceitação que esse novo modo de governar vem merecendo da população catarinense. Um único debatedor arriscou-se a fazer críticas às Regionais, garantindo que, se eleito fosse, as desativaria. Os demais, meio sem jeito, admitiram tratar-se de uma boa idéia, sujeita apenas a adaptações cosméticas que seus gostos e preferências pessoais lhes sugeriam.
Segundo, porque não conseguiram destacar nenhum ponto crítico ou setor mais problemático em que pudessem se apoiar para tentar denegrir o atual governo. As poucas tentativas, além de tímidas, foram facilmente desmontadas pelas respostas do candidato à reeleição. Como que para comprovar a falta de temas relevantes que pudessem desgastar Luiz Henrique, houve quem apelasse para a “denúncia” rasteira de que teriam sido encontrados ratos num hospital da capital. Como se um Governador de Estado fosse um zelador, um faxineiro ou um guarda de quarteirão, encarregado de caçar ratos. Se procurassem melhor, certamente também encontrariam pernilongos ou muriçocas, quem sabe até um vaga-lume ou um louva-Deus...
Valha-me Deus!, quanto oportunismo! Qualquer criança sabe que em casos como esse o que cabe ao governante de 5 milhões de catarinenses é cobrar responsabilidades e punir quem tenha errado. O que foi feito, exemplarmente, pelo governador Pinho Moreira, ao contrário do que anda ocorrendo nesta República da impunidade.
O pouco tempo disponível para as respostas, limitado pelo rígido formato dos debates, dificulta sobremaneira quem tem o que mostrar, dizer, propor ou elucidar. Em função disso, Luiz Henrique não pôde enumerar, muito menos explicar, as vantagens e virtudes da
Descentralização nem os benefícios que vêm espalhando por toda Santa Catarina.
Não lhe foi possível, por exemplo, contraditar o único e solitário crítico dessa nova forma de administrar, com argumentos e exemplos que demandariam tempo bem mais elástico.
Antigamente, quando tudo era centralizado em Florianópolis, inclusive as licitações e as suas usuais ganhadoras, só a implantação do canteiro de obras no interior do estado acrescia entre 10 a 20% o custo das mesmas. Não sei se alguém do governo já fez essas contas, mas, se fizesse, certamente chegaria a uma economia de várias centenas de milhões de reais.
Outra vantagem, a curto, médio e longo prazos, é a fiscalização in loco, diária e efetiva das obras pelos gerentes e secretários regionais, durante o seu andamento e não meses após o seu término, como ocorria outrora. Com isso, evita-se absurdos como os que freqüentemente se via nas obras estaduais: uma escola, por exemplo, já totalmente construída, mas com materiais bem inferiores ao exigido pelo edital de licitação. No curto prazo, perdiam as crianças, que tinham de estudar em escolas inadequadas e inseguras. No médio e longo prazos, perdia o estado, primeiro, porque lesado em seus cofres, segundo, porque privado de catarinenses bem formados e capacitados.
O ganho sistêmico é outra virtude e outra fonte de economia desse sistema de governo. Como os Conselhos de Desenvolvimento reúnem prefeitos e presidentes de Câmaras de todos os municípios da regional, além de membros destacados da sociedade civil organizada, evitam-se as redundâncias e duplicidades, por um lado, e estimula-se a complementaridade intermunicipal, por outro. Fica muito mais simples, quase automática, a repartição dos benefícios e a definição estratégica das melhores localizações dos investimentos.
Mais do que tudo isso, porém, arrisco-me a dizer que outro fator atuou como poderoso inibidor da libido dos contendores: a força moral do único detentor de mandato executivo em todo o Brasil que teve a coragem, a coerência e o senso ético de renunciar para enfrentar seus adversários em igualdade de condições.
A força de um caráter tem efeito fulminante.
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