PSICOPATOCRACIA
O GOVERNO DOS MAUS
Fichamento do livro "Political Ponerology", de Andrew
Lobaczewsky, psiquiatra polonês que viveu e sobreviveu em um campo de
concentração sob o regime nazista.
Invariavelmente, o termo psicopata nos remete
à imagem de indivíduos sadicamente violentos, criminosos comuns, serial killers
e assemelhados. No entanto, esses traços de personalidade característicos escondem
um espectro muito mais amplo de indivíduos.
Uma em cada vinte e cinco ou trinta
pessoas é psicopata. E esta patologia não está presente apenas em criminosos,
mas também em pessoas bem sucedidas socialmente.
São indivíduos muito egocêntricos, sem
empatia pelos demais e incapazes de sentir remorso ou culpa por seus atos. Costumam
ser encantadores e sedutores, passando a impressão de possuir nobres qualidades
humanas. Assim agindo, mantém um disfarce ou máscara superficial que esconde
sua verdadeira natureza. Eles gostam de ser admirados e bajulados. Pertencem,
indistintamente, a todas as classes sociais, mas almejam, sempre, posições de
poder. Sentem um prazer especial em usurpar tudo o que possam plagiar, fraudar
e obter mediante extorsão ou engodo. Esta forma de obter o que desejam lhes dá
mais prazer do que realizar algum trabalho honesto, em função de sua pouca
vocação para o trabalho árduo e sistemático.
A mentira para o psicopata é como o ar
que respira. Quando são pegos em alguma mentira inventam novas mentiras e não
se importam em ser descobertos, pois não são capazes de sentir vergonha nem
culpa reais, embora possam até simular estes sentimentos se isto for necessário
para dissimular, para manipular ou granjear boa vontade de quem querem
trapacear.
Os psicopatas tem uma tendência a se
associar com outros como eles, ou seja, formar quadrilhas. Para os psicopatas
inteligentes e espertos não é muito difícil se infiltrar nas esferas dos
negócios, da política, do sistema judicial, do governo, dos sistemas acadêmicos
e outras estruturas sociais. Mas tem uma marcada predileção por posições e
cargos nos quais não precisem trabalhar muito e possam colocar os outros a
trabalhar por eles enquanto se dedicam apenas a "puxar os cordões" e
dar ordens. Eles possuem uma espécie de senso de superioridade perverso, que os
leva a acreditar que as demais pessoas lhe devem subserviência e adulação de
modo a atender seus desejos e supostos direitos superiores, naturais ou até
mesmo divinos.
De modo geral, este grupo não contém
pessoas de inteligência muito elevada, nem pessoas com grande talento artístico
ou científico. Mas eles tendem a se valer de pessoas de maior talento,
manipulando-as ou dominando-as de alguma forma - seja através de promessas, ameaças
ou chantagens - para alcançar seus objetivos.
São conscientes de que são diferentes à
medida que se familiarizam com suas distintas maneiras de lutar por seus
objetivos. Seu mundo está dividido sempre entre "nós", os
"espertos" ou "especiais", e "eles", os
"otários", ou "pessoas comuns".
Os psicopatas sonham com um mundo no
qual sua maneira muito singular e radical de experimentar e perceber a
realidade (isto é, mentindo, enganando, destruindo, usando os demais etc.) seja
o modo dominante de ação, no qual sua supremacia estaria, consequentemente,
assegurada. Neste mundo, as demais pessoas, os "outros",
especialmente os mais capacitados tecnicamente, deveriam ser postos a trabalhar
para alcançar seus objetivos, de preferência sob a forma de subjugação e
subserviência inconteste. Os psicopatas odeiam ser contrariados ou terem suas ideias
e vontades contestadas ou questionadas, apreciam a obediência cega e a
idolatria, tendem a se enfurecer e se tornar agressivos quando contrariados.
Os psicopatas gostam muito de disfarçar
seus propósitos e projetos na forma de discursos e ideologias que falam em
revolução e renovação, coisas como criar um "novo mundo" ou um
"novo governo" sob novas denominações que escondem suas reais
intenções, que é a criação de um sistema no qual possam ser dominantes, de
preferência de modo permanente. Desta forma, quando chegam ao poder, tendem a
fazer de tudo para se perpetuar, muitas vezes não se importando de fazer mal,
caluniar, desqualificar, humilhar, prender e até matar os seus opositores se
for necessário.
Os publicitários, os meios de
comunicação e os aparatos de propaganda são mobilizados para causar uma opinião
externa favorável a eles.
Assim vai se estabelecendo uma
sociedade na qual os traços centrais da psicopatia, o egocentrismo, a falta de
preocupação real com os demais, a superficialidade, a dominação, a manipulação
e o narcisismo patológico vão sendo cada vez mais tolerados e valorizados.
Neste contexto, muita gente que pode ter nascido "normal" vai se
convertendo no que se poderia chamar de "psicopatas secundários", a
partir da influência que os psicopatas vão exercendo na sociedade e na cultura
com promessas de "um mundo melhor", de uma "sociedade
perfeita" ou coisa do gênero, coisa para a qual se valem inclusive de
intelectuais aderentes a suas causas, capazes de adorná-las com teses
sociológicas e filosóficas extremamente elaboradas que lhes dá uma aparência de
sofisticação e qualidade pseudocientífica.
Quando o processo psicopático abarca
toda a classe governante de uma sociedade ou nação, estamos diante de um
fenômeno social chamado Patocracia, que só pode ser compreendido através da ciência da Ponerologia
Política.
Os patocratas dão muito pouca
importância ao sofrimento, ao derramamento de sangue e até à morte da gente
comum. A ideologia, portanto, deve prover uma justificativa correspondente para
o direito alegado de conquistar e se manter no poder. O expansionismo deriva da
própria natureza da patocracia, e não de uma ideologia, porém, este fato
precisa estar disfarçado de uma ideologia que possa ser difundida e aceita.
Ao entender este mecanismo, começamos a
ter uma ideia melhor de como os psicopatas são capazes de conspirar e se
articular de modo a alcançar seus intentos. Em uma sociedade em que o mal não é
estudado nem devidamente entendido eles facilmente alcançam o auge e continuam
a condicionar as pessoas normais a aceitar seu domínio e suas mentiras sem
questionar. É muito difícil identificar um psicopata habilidoso, mas há algumas
pistas que podem ser úteis. Uma delas é justamente a habilidade de mentir,
negar a mentira e tentar ocultá-la sob o manto de uma nova mentira ou
meia-verdade.
Para alguns excertos do livro, clique aqui.
Para alguns excertos do livro, clique aqui.
Um comentário:
Irei obter esse livro..
Postar um comentário