O ESTADO DE S.PAULO
terça-feira, 9 de outubro de 2007
DORA KRAMER
Huck por “Hulks”
É preocupante a reação de ira provocada pelo artigo (ótimo, na forma e no conteúdo) do apresentador Luciano Huck, publicado semana passada na Folha de S. Paulo e ampliado na entrevista “amarela” da Veja desta semana.
Quando as pessoas se sentem à vontade para reprimir o direito de um cidadão se manifestar contra a violência porque é “rico” e “branco” e certas rodas celebram como cultura de periferia a tese de que roubar sem matar é aceitável como defesa natural da carência de muitos ante a abundância de poucos, algo de muito podre viceja no País.
Pode não ser perceptível a olho nu, mas esse tipo de mentalidade faz parte da lógica segundo a qual a política, quando exercida supostamente em nome dos mais pobres, dispensa a obediência ao princípio universal da ética, da convivência civilizada e da igualdade entre os cidadãos.
Resulta do patrocínio ao ódio de classes e à discriminação racial.
Por esse raciocínio, menosprezar a “elite branca” virou “cult” e engajado.
Começa assim. Depois alguém passa a defender o desprezo à “escória negra” e não se poderá dizer mais nada, porque o preconceito já será o padrão.
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