11 dezembro 2008

ORGULHO DUPLO!!!
O blog menos lido do universo foi citado pelo Governador.

O EXEMPLO DE ANA NERY

Florence Nightingale e Ana Nery são dois símbolos de solidariedade e amor ao próximo. Esse sentimento fraternal aflorou em duas guerras: a da Criméia, região litorânea da Ucrânia, e a do Paraguai.
Isso comprova que quando acontece algum infortúnio ou alguma catástrofe, brotam, do seu bendito anonimato, milhares de heróis, tão insuspeitados quanto numerosos.
No meio dessa tragédia ambiental que se abateu sobre Santa Catarina, milhares de atores anônimos entraram em cena, estendendo a sua mão solidária. Voluntários surgiram de todos os lados, para ajudar seus semelhantes, com doações de bens e dinheiro.
Bombeiros, militares de outros estados e das Forças Armadas, médicos, enfermeiros, policiais, servidores públicos, trabalhadores, aposentados, políticos e líderes comunitários escreveram, com seu trabalho, páginas inesquecíveis de fraternidade e altruísmo.
Neste 13 de dezembro comemora-se os 194 anos de nascimento da matriarca das enfermeiras brasileiras, Ana Nery. Assim como já fizera a sua símile européia, a ítalo-britânica Florence Nightingale, que, em 1854, treinou uma equipe de 38 enfermeiras voluntárias e foi para o front da Guerra da Criméia, onze anos depois, em 1865, aos 51 anos, a nossa heroína partia para o front da cruenta Guerra do Paraguai.
A Florence Nightingale se atribui o título de primeira enfermeira da Europa. A Ana Nery, a primeira do Brasil. Ambas dedicaram todas as suas vidas a cuidar das pessoas.
Duas grandes mulheres, que, diante de circunstâncias que lhes pareceram justificáveis, abandonaram tudo e decidiram dedicar as suas a salvar outras vidas, deixando um testamento de vida despojada, sobretudo exemplar!
Quantas Florences e quantas Anas abandonaram o conforto e o aconchego de seus lares para, desde o primeiro dia, até hoje, dedicarem-se a minorar o sofrimento que se abateu sobre tantos dos nossos irmãos catarinenses?
Quantas Florences e quantas Anas, espalhadas por toda Santa Catarina, decidiram largar tudo e doar-se para agasalhar, alimentar, acalentar tantas vítimas do infortúnio?
Ainda temos umas seis mil pessoas em abrigos públicos. Essas pessoas perderam suas casas, seus bens, seus documentos ou estão impedidas de voltar ao lar, com o risco de novos deslizamentos. Muitas delas choram a perda de pai, mãe, esposo, esposa, filhos, sobrinhos, netos que as avalanches soterraram ou que as águas afogaram.
O nosso Vítor Meireles pintou um retrato em tamanho natural de Ana Nery, que hoje se encontra exposto na sede da Cruz Vermelha Brasileira. Seria bonito, e merecido, se algum dos nossos artistas contemporâneos imortalizasse, em tela ou em pedra, uma imagem dessas nossas heroínas de hoje.

Para finalizar, reproduzo uma frase do blog do jornalista Álvaro Junqueira, meu assessor (paulista de nascimento), pelo que ela contém de verdade e pelo que revela do caráter e personalidade da nossa gente: “É nas situações-limite que se conhece o valor de um povo e o material de que é feito. Dá um orgulho enorme ver como essa brava gente catarina encara seus males e infortúnios de frente e, assim que recupera as forças, mete-lhe um pé nos fundilhos e vai à luta!”.

LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA – Governador do Estado