10 fevereiro 2009

UM POUCO DE ISLÃ E ISRAEL

Abaixo, vídeo do "60 Minutes" sobre PALLYWOOD, a central palestina de imagens escabrosas, para horrorizar ocidentais bonzinhos e politicamente corretos.



Abaixo, vídeo de discurso do militante palestino Fathi Hamad, gravado e transmitido pela Al-Aqsa TV, do Hamas, a 28 de fevereiro de 2008, admitindo o uso das crianças palestinas como escudos humanos.



Abaixo, trecho do texto do escritor Luiz Nazário, extraído do seu blog http://escritorluiznazario.wordpress.com/2009/02/09/as-criancas-martires/

Desde os filmes de Sergei Eisenstein, as imagens de criancinhas mortas são usadas pela propaganda totalitária para comover os ingênuos a fim de favorecer regimes sanguinários. Os mesmos regimes que se mostram amorosos com criancinhas não hesitam em exterminar friamente seus opositores e “inimigos objetivos”

Quem poderia ficar indiferente à cena de Stachka (“A greve”, 1925), em que o menino que brincava de soldado durante a repressão à greve operária de 1912 tem seu corpinho suspenso pelo cossaco e jogado do alto do alto do cortiço, até espatifar-se no chão? Ou à cena de Bronenosets Potyomkin (“O encouraçado Potenkim”, 1925), em que o cossaco de 1905 esmaga com seu fuzil o garotinho que rola num carrinho de bebê escadaria de Odessa abaixo? Ou à cena de Aleksandr Nevskiy (“Alexandre Nevksi”, 1938), em que a criança é lançada viva à fogueira pelo tirano teutônico que invade a Rússia do século XIII?

Essas “corajosas” críticas de Einsenstein na verdade eram dirigidas à Rússia czarista anterior à Revolução de 1917 e à Alemanha do “presente enquanto passado” (os teutônicos do século XIII representando os nazistas de 1938).

Ou seja, a aparente crítica reduzia-se à propaganda do Estado: suas imagens de criancinhas martirizadas serviram para encobrir os tremendos crimes de Stalin.

O próprio tirano não hesitou em segurar no colo a risonha menina Guelia Markizova, de seis anos de idade, cujos pais ele mandou fuzilar, promovendo com essa foto sua imagem de “amigo das criancinhas”.


















Também Adolf Hitler, responsável pelo assassinato de cerca de 1.500.000 crianças judias e de milhares de crianças ciganas, gostava de ser filmado e fotografado recebendo buquês de flores de criancinhas ou afagando cães, sendo admirado pelo povo alemão por seu amor aos animais e aos pequeninos; pioneiro da política ecológica de “desenvolvimento sustentável”, ele proibiu a vivisseção de animais, ao mesmo tempo em que permitiu aos médicos nazistas realizar suas “experiências” na carne viva dos judeus e ciganos:
















Nos dias atuais, as mídias de consumo repetem como papagaios eletrônicos a propaganda totalitária espalhada pelo terror sobre o “genocídio” dos inocentes palestinos e o “holocausto” das crianças de Gaza. Centenas, talvez milhares de manifestos postados no You Tube clamam pela destruição de Israel. Não apenas militantes extremistas, mas também comentaristas, jornalistas, acadêmicos, escritores e filósofos assumem essa “causa nobre”, pregando boicotes a Israel e comparando sem qualquer constrangimento os judeus aos nazistas, Israel à Alemanha Hitlerista, Gaza a Auschwitz. O antissemitismo triunfa em toda parte, numa escalada global de perigosas distorções da realidade que ameaçam repetir a História numa farsa gigantesca de conseqüências imprevisíveis.

Com a retirada israelense de 2005, Gaza passou a ser controlado pelo Hamas, que trucidou seus rivais do Fatah e transformou o território numa Salò islâmica. Um instantâneo desse horror podia ser visto num vídeo que mostrava os homens do Hamas abatendo a tiros dezenas de homens do Fatah, em 2007. Era um registro ilustrativo da natureza do Hamas e de suas técnicas de matar opositores: os palestinos supostamente ligados ao Fatah eram obrigados a deitar em fila ao longo de um muro, à luz do dia, em plena cidade, para serem fuzilados. Notem bem: não eram colocados contra o muro, como se espera de uma execução sumária; eles eram colocados deitados diante do muro; os mascarados do Hamas atiravam, então, seguidamente, a certa distância, em seus corpos, mirando as cabeças, mas obviamente custando a acertar, fazendo assim a agonia dos fuzilados se prolongar ao máximo. Se esse vídeo foi censurado por razões “humanitárias”, alguns exemplos da barbárie do Hamas ainda podem ser acessados no You Tube, como este registro de um ato de terror das milícias islâmicas contra palestinos a cantar músicas do Fatah a 10 de outubro de 2007: os mascarados chegam atirando para o alto, destroem as mesas colocadas na calçada e espancam violentamente os “rivais” que pareciam festejar um casamento:




O dia 12 de novembro de 2007 em Gaza poderia ser comparado, guardadas as devidas proporções, à Noite das Facas Longas, com o Hamas esmagando – não na calada da noite, mas em plena luz do dia – seus rivais do Fatah durante uma festa terrorista em homenagem a Yasser Arafat, como se pode observar nestes impressionantes registros da TV EuroNews, postados no You Tube, sob o título “Gaza City - Gaza Strip - EuroNews - No Comment”. Dividido em duas partes, na primeira pode-se ver a festa do Fatah e, na segunda, a razzia do Hamas, sendo que a violência desse ataque transforma a festa terrorista numa festa infantil, em comparação:

(vídeo censurado no Youtube)
A selvageria que marcou, de lado a lado, o dia da tomada do poder pelo Hamas em Gaza também foi registrado pela CNN neste clipe postado no You Tube sob o título “Hamas in Control of Gaza”:




E com a aprovação, pelo Conselho Legislatio Palestino da adoção das “leis corânicas” (a Shari’a) em Gaza, com penas de chibatada, amputação das mãos, enforcamento, crucificação, as medidas islâmicas mais extremas foram tomadas para eliminar qualquer oposição de comportamento ou de opinião em Gaza. A seção 84 da lei declara, por exemplo, que: “Qualquer um que beba vinho, possua ou produza vinho será punido com 40 chibatadas se ele for muçulmano, e qualquer um que beba vinho, ou perturbe outra pessoa (com vinho), ou cause nele estresse por estar bebendo vinho em público; ou vá a algum lugar público bebâdo, será punido com não menos que 40 chibatadas e encarcerado por pelo menos três meses”. E a seção 59 estabelece que “punições capitais serão usadas contra palestinos que intencionalmente [...] enfraquecerem o espiríto da força de resistência do povo; ou espionar contra os palestinos, especialmente durante a guerra” [Fontes: Al-Arabiya, 24 dez. 2008; Al Hayat, Londres, 24 dez. 2008].

Entendendo a retirada israelense de Gaza como “sua” vitória, e depois de lançar 10 mil foguetes Qassan contra Israel, ao longo dos últimos oito anos, o Hamas obteve do Irã e da Síria foguetes chineses e russos mais potentes, capazes de atingir cidades a 40 km da fronteira, colocando em risco quase 1 milhão de israelenses. Sobre suas operações contra os lançamentos de foguetes a partir de áreas urbanas, densamente povoadas, de Gaza, as Forças de Defesa de Israel postou no YouTube alguns vídeos que foram censurados e retirados do ar, como um que mostra o momento em que terroristas transferem foguetes de uma van para um caminhão lançador, antes de serem cuidadosamente mirados e, finalmente, atingidos pela Força Aérea israelense. Vídeos remanescentes podem ser vistos na Página das IDF no You Tube e no Site das IDF. Neste registro aéreo para download, por exemplo, realizado a 29 de outubro de 2007, terroristas do Hamas lançam um foguete contra Israel a partir de uma Escola controlada pela ONU. Neste sentido, uma das imagens mais ilustrativas desse crime de guerra do Hamas é o registro da própria TV Al-Aqsa, datado de 6 de janeiro de 2009, do lançamento de um foguete contra Israel a partir de uma área urbana:




O Hamas usou a precária “trégua”, interrompida em dezembro, para rearmar-se, dentro da velha tradição islâmica, segundo a qual tréguas são permitidas quando os combatentes muçulmanos estão em pequeno número ou falta-lhes munição, ou ainda quando se espera que o inimigo se converta ao Islã. Segundo um manual de jurisprudência islâmica, Umdat al-Salik (“A confiança do viajante”), certificado pela Universidade Al-Azhar, se os muçulmanos sentem-se fracos, uma trégua pode durar até dez anos – tempo previsto no Tratado de Hudaibiya, acordado entre o profeta Maomé e os Quraysh de Meca. Durante a trégua, Maomé assaltou caravanas, comprou armas, conquistou aldeias, comercializou escravos, aumentou seus combatentes: com isso, rompeu a trégua acordada após apenas dois anos e conquistou Meca. Quanto aos acordos firmados, eles podem ser quebrados a qualquer momento, uma vez que os islamitas se permitem mentir aos “infiéis”. Seguindo a tradição islâmica, o Hamas ignorou os apelos do Fatah para renovar a “trégua” com Israel. Ao que parece já se sentia forte o suficiente para “destruir Israel” com seus novos foguetes. Foi quando Israel decidiu reagir e bombardear os lançadores em Gaza. Foram então vitimados centenas de terroristas e seus escudos humanos – crianças abusadas por pais que as incentivaram obscenamente, anos a fio, ao martírio.

Como sempre, os pacifistas condenaram Israel, exigindo um cessar-fogo imediato. Teriam crédito se tivessem exigido antes um cessar-fogo do Hamas. Enquanto só israelenses sofriam, não se via manifestação pacifista, só um pacto de silêncio com o terror. Quando o Hamas foi atacado, os pacifistas levantaram suas vozes, em coro, para oferecer ao terror uma nova chance – a de obter e lançar foguetes mais potentes contra Israel. Ora, o terror não cede à diplomacia internacional. É preciso, pois, destruir sua infra-estrutura. Mas a verdadeira solução seria reeducar as populações palestinas doutrinadas no sonho do martírio. E como? Ninguém tem essa resposta. Além disso, o mundo assiste com indiferença e até com respeito à educação para a morte das crianças palestinas.

A Carta do Hamas apregoa o “fim da entidade sionista”. Isso só ocorreria sob bombardeio atômico, com morte radioativa colateral para todos os palestinos. De fato, a visão que o Hamas tem da “causa palestina” encobre um desejo de morte coletiva. Razões de economia política misturam-se a violentos distúrbios psíquicos produzidos por uma educação islâmica que, ao sufocar Eros, libera Tânatos. Um irracionalismo doentio irrompe no mundo político. Cabe, então, às IDF a dura tarefa de defender a existência de seu povo, sob o achincalhe das multidões anti-semitas (“Gás nos judeus” – pedem os pacifistas na Holanda), contra agressores patológicos que, abençoados por seus sacerdotes, anunciam seu objetivo genocida de “varrer Israel do mapa”.

A 2 de janeiro de 2009, uma semana após o início das operações militares em Gaza, o Hamas convocou um orwelliano “dia de ódio” contra os bombardeios. Israel reforçou a segurança em Jerusalém Oriental e impôs restrições ao movimento de palestinos na Cisjordânia. Os preparativos para a ofensiva por terra foram finalizados, e um grande número de tanques e soldados concentrou-se na fronteira. Várias famílias palestinas deixaram a área e o Exército israelense liberou a saída de estrangeiros da Faixa de Gaza, ao mesmo tempo em que impediu a entrada de jornalistas, declarando a área zona militar fechada. Nizar Rayyan, um dos principais líderes do movimento palestino Hamas, foi então morto em um bombardeio e logo Israel atacou uma mesquita carregada de armamentos. O Hamas voltou a lançar foguetes contra Israel, demonstrando indiferença aos apelos internacionais de cessar-fogo, declarando que só estudaria essa possibilidade se Israel suspendesse o bloqueio à Faixa de Gaza.

Sem qualquer escrúpulo, os palestinos passaram então a exibir os cadáveres de suas crianças para as mídias internacionais. Manifestantes em diversas capitais agitaram grotescas bonecas enroladas em lenços palestinos respingados de tinta vermelha para demonstrar que Israel dedicava-se a massacrar crianças em Gaza. E o mundo inteiro se horrorizou com mais um “genocídio” perpetrado por Israel contra o povo palestino, como nas grotescas, contraditórias, assustadoras manifestações antissemitas, fascistas, progressistas, ocorridas em São Francisco (EUA):
















Enquanto o regime palestino doutrinava, ano após ano, “suas” crianças para se tornarem mártires da causa da destruição de Israel, o mundo permanecia calmo e silencioso. Quando crianças começaram a ser mortas em Gaza, o mundo resolveu despertar de seu torpor e os antissemitas apressaram-se a acusar Israel por crimes de guerra. Muitos insistiram então que os foguetes do Hamas não passavam de rojões, sendo a reação israelense “desproporcional” e seu bombardeio de “crianças inocentes” um verdadeiro Holocausto. Os argumentos eram sérios: os inocentes terroristas só desejariam estraçalhar impunemente o maior número de judeus com bombas e foguetes e dar graças a Alá. Os desígnios do Altíssimo são insondáveis, mas, às vezes, o fervoroso fiel é recompensado por Alá com uma viagem a jato para o Paraíso, ao encontro das virgens que ali o esperam para serem defloradas.

Neste caso, antes de culpar Israel, seria preciso condenar o Hamas por seus inúmeros crimes de guerra; e os humanitários dignos deste nome deveriam assinar a petição que exige da hipócrita ONU o reconhecimento, entre outros crimes de guerra do Hamas, do uso das crianças palestinas como escudos humanos, uso publicamente admitido pelo militante palestino Fathi Hamad em discurso gravado e transmitido pela Al-Aqsa TV, do Hamas, a 28 de fevereiro de 2008 (acima).

O uso e abuso das crianças palestinas pelo Hamas foi demonstrado por uma série de eventos registrados pelos próprios palestinos, orgulhosos de praticarem impunemente seus crimes de guerra, usando crianças como carne de canhão, enquanto acusavam Israel de praticar crimes de guerra contra suas crianças inocentes. Trata-se de um dado novo, que merece uma análise mais profunda, que as mídias de consumo parecem incapazes de oferecer. Ao serem treinadas para o martírio, as crianças palestinas tornaram-se poderosas armas de propaganda para o terror do Hamas. Em Gaza, após torturar e liquidar a tiros dezenas de rivais do Fatah, o Hamas conseguiu voltar um mundo inteiro de idiotas a seu favor com a propaganda totalitária de suas crianças mártires. Não retomaremos aqui as imagens pornográficas dos corpos das crianças palestinas martirizadas, como a da menina ensangüentada nos braços do pai ou a de uma mãozinha infantil saindo cadavérica dentre os escombros. Há uma lógica perversa que vai da procura do martírio pelos palestinos ao uso do martírio obtido pelos palestinos para culpar Israel do martírio dos palestinos… Diante das imagens-choque da propaganda palestina, a propaganda israelense é de uma ingenuidade total, produzindo formas superadas de fotografias de soldados confraternizando com inocentes crianças palestinas, num tipo de clichê empregado hoje apenas em campanhas eleitorais; como na imagem-símbolo da campanha da reeleição de Lula à Presidência em 2006, analisada em MIL OLHOS. Hoje, as encenações eisensteinianas de crianças assassinadas, assim como os instantâneos nazistas, fascistas, stalinistas, populistas de criancinhas com buquês de flores em propagandas eleitorais são incapazes de mobilizar as massas. É notável que a ética judaica resista, em nome de um bem maior que a própria sobrevivência de Israel, à única propaganda que se mostra hoje eficiente. Por outro lado, as imagens de propaganda das IDF só servem, pelo seu ridículo involuntário, às associações sádicas – e as imagens ingênuas permitem essas associações; e os antissemitas adoram fazê-las – entre soldado-israelense-com-criancinha e Hitler-com-criancinha (ou: Stalin-com-criancinha, Lula-com-criancinha).

É preciso, aliás, distinguir - tarefa cada vez mais complexa - as imagens da propaganda das imagens foto jornalísticas. As imagens gráficas que todos conhecemos do Holocausto, por exemplo, foram realizadas e exibidas apenas no fim da guerra, quando seu poder de mobilização não era mais eficiente para os judeus, que já estavam mortos ou sendo libertados dos campos. O mundo comoveu-se e ainda se comove com essas imagens, fundamentais para a consolidação de Israel após o Holocausto. Hoje, contudo, essas imagens de violência gráfica, cujo uso Claude Lanzmann rejeitou, e que Steven Spielberg entendeu como necessário, não têm mais força para mobilizar o mundo contemporâneo senão através de seu uso perverso e distorcido pelos antissemitas. Esse uso é hoje realizado sistematicamente a fim de destruir Israel e negar o Holocausto, através de justaposições insanas com as imagens contemporâneas do “sofrimento palestino” – que deve ser mantido entre aspas, pelo que ele apresenta de real e de imaginário, de verdadeiro e de forjado simultaneamente. O mundo não conhece ainda toda a dimensão da chamada Pallywood (acima).

Neste sentido, é notável o exemplo de dignidade oferecido pela concepção do monumento às crianças vitimadas no Holocausto no Museu Yad Vashem, em Jerusalém: ali não se vê nenhuma imagem das crianças judias mortas, nenhuma exploração de seu sofrimento, de sua morte física, apenas a luz de seis velas acesas na escuridão, refletidas por espelhos que as multiplicam ao infinito, enquanto são recitados os nomes das crianças mortas de uma lista sem fim. Já os terroristas palestinos descobriram a força da propaganda totalitária hardcore, muito mais poderosa que as imagens dos martírios infantis encenados por Eisenstein e das poses floridas de crianças junto a ditadores, líderes populistas ou soldados inimigos.

Gênios do marketing maquiavélico contemporâneo, os palestinos divulgam as imagens que o mundo de hoje quer ver: as de suas crianças sendo treinadas para matar e para morrer; e as imagens subseqüentes de seus pequenos cadáveres embrulhados em panos. Os palestinos tornaram-se um sucesso de mídia encarregando os paparazzi internacionais de fotografar essas crianças mártires em tempo real. Primeiro momento: “treinando para o martírio”. Segundo momento: “destroçadas no campo de batalha”. É tudo o de que as mídias e os militantes da causa precisam para que o terror palestino se veja mundialmente legitimado. Em Gaza, a propaganda terrorista suplantou em muito a propaganda totalitária das representações sangrentas ou festivas, criando a propaganda gore da pornográfica exibição de crianças reais abusadas por pais e mestres, que as treinam para matar e para morrer, entregando, em seguida, seus corpos trucidados à sanha dos paparazzi internacionais de criancinhas mortas. Essas imagens hardcore, difundidas em massa, sem qualquer resquício de ética, seja da parte dos palestinos, seja da parte das mídias de consumo, revelaram-se uma forma de propaganda eficaz, capaz de mobilizar as massas. As imagens das crianças mártires são populares, excitantes, esperadas, desejadas, ansiadas, fomentadas, aplaudidas. As massas só se comovem e se deleitam com as imagens hardcore da violência mais gráfica, mais pornográfica possível.

Israel é um fracasso na guerra de propaganda, na guerra virtual, na guerra de mídia, pois não dá ao mundo o que ele quer nesse campo. Não permitiu, por exemplo, que o mundo se comovesse com as imagens das 123 crianças israelenses explodidas pelos homens-bombas palestinos entre outubro de 2000 e janeiro de 2005, em sucessivos atentados: bloqueados pela ética judaica (que há muito o mundo já “superou”), os israelenses pouparam as consciências antenadas da exibição das imagens pornográficas de suas crianças trucidadas. O mundo não perdoa esse tipo de boicote ao seu gozo do horror. Já a causa palestina ganha um sem número de adeptos porque não se acanha diante do inominável, ganhando cada vez mais popularidade mundial exibindo as crianças mártires de Gaza, cujas imagens tenebrosas conquistam corações e mentes graças ao espaço privilegiado das mídias, preocupadas apenas em conseguir a mais ampla audiência, comovendo a qualquer preço a desgastada, frouxa, empedernida sensibilidade contemporânea.