18 julho 2014

O FILHO DO HAMAS

Em 1987, o xeque palestino Hassan Yousef foi um dos sete fundadores do Hamas, grupo extremista islâmico que atua na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Os radicais da organização já comandaram 350 atentados contra israelenses provocando mais de 500 mortes.

Seu filho, Mosab Hassan Yousef, 32 anos, é o autor do livro Filho do Hamas. Na obra, revela como colaborou para o serviço secreto israelense, o Shin Bet, e explica por que converteu-se ao cristianismo.


Abaixo, impressionante depoimento de Mosab Hassan Yousef, filho de um dos dos fundadores do Hamas, convertido ao cristianismo.


PROGRAMA MILÊNIO



DISCURSO NO CONGRESSO ALEMÃO-ISRAELENSE - 2001


Esta entrevista é fantástica!


Megyn Kelly: …O nosso próximo convidado é o filho de um dos fundadores do Hamas e diz que uma paz duradoura nunca será possível. Seu pai, um líder do grupo terrorista, foi preso no começo deste verão, por ligação com o sequestro e o assassinato de três adolescentes israelenses. Este crime é tido como o detonador do [atual] conflito mortal entre Israel e o Hamas (…). Quando o mundo começou a ver imagens como essas, emergidas das crianças vítimas nesta luta, Mosab Hassan Yousef se sentiu no dever de se pronunciar, na esperança de lançar luz sobre a ideologia do Hamas.

Mosab Hassan Yousef é o filho do fundador do Hamas, xeque Hassan Yousef, e ele é também o autor de “Filho do Hamas”. Ele estrela o documentário “The Green Prince” ["O príncipe verde", adaptado do livro Filho do Hamas e cujo título faz referência à sua filiação e à cor da bandeira do grupo islâmico]. Mosab, bom ver você nesta noite. Muito obrigado por estar aqui. Vamos começar com isso: por que você acredita que uma paz duradoura nunca vai acontecer?

Mosab Hassan Yousef: Paz entre Israel e Hamas nunca vai acontecer. Porque Israel é uma democracia, Hamas é uma organização terrorista, uma organização ideológica. Existe uma possibilidade de paz entre Israel e os palestinos. Isto é possível. Mas não entre Israel e Hamas.

Kelly: Seu pai co-fundou o que nosso Departamento de Estado diz que é um grupo terrorista; o que você [também] diz que é um grupo terrorista. Como eles começaram a doutrinar você?

Yousef: Quando eu era uma criança, a primeira intifada palestina começou. Nós testemunhamos violência, muitas pessoas estavam morrendo, nós odiávamos Israel… Depois a segunda intifada palestina veio e implementou os ataques suicidas, e nós culpávamos Israel. E eu costumava pensar que Israel era o inimigo, sem saber como o meu pai e sua organização eram apenas uma ferramenta nas mãos de alguns poderes regionais que impulsionavam o Hamas e o encorajavam a matar, e lutar contra Israel, apenas por ganhos políticos. E, a certa altura, eu fiquei realmente cansado desse jogo e escolhi um caminho diferente para a minha vida.

Kelly: Quando você vê essas imagens que nós estamos vendo agora, essas crianças palestinas mortas, feridas, confusas… E eu perguntei ao atual embaixador de Israel nos Estados Unidos na noite passada no programa sobre o medo de que Israel, lutando esta batalha, atice o ódio na próxima geração. Você acredita que isto é um risco de fato? E como nós podemos evitar que isto aconteça?

Yousef: Bem, é um risco. E eu acho que haverá mais gerações para odiar Israel. E eu acho que Israel não tem opção a não ser se defender. Agora: o único jeito, creio eu, de lutar contra uma organização como o Hamas é desmascará-la, expondo a ideologia deles, o que eles defendem. O Hamas não é um partido político. Não é sequer uma organização palestina. O Hamas sequestrou o que é chamado de “causa palestina” e se infiltrou na sociedade para impor sua agenda político-ideológica. Eu gostaria de lembrar ao povo palestino o que o Hamas fez com o partido rival deles, o Fatah, em Gaza, quando o Hamas assumiu o controle alguns anos atrás. Eles mataram os membros do Fatah do mesmo modo como estão matando soldados israelenses hoje. O Hamas não se importa com as vidas dos palestinos. Não pense por um segundo, por favor, que o Hamas se importa com o sangue das crianças. Eles querem que as crianças de Gaza morram. Isto é o que dá a eles a simpatia do mundo árabe e islâmico; e isto é o que condena Israel internacionalmente. Este é o jogo deles, e eles estão felizes com isso.

Kelly: Quando eu ouço você falando sobre isso, e nós já ouvimos isto antes, eu imagino o que você pensa sobre como nós, os Estados Unidos, e o nosso presidente estamos lidando com isso. Quando você ouve o presidente: ele condena as táticas do Hamas, mas ele também tem palavras duras contra Israel a respeito da morte de civis…

Yousef: O que eu gostaria de ver do presidente dos Estados Unidos é que não fosse amador aqui nesta situação. Israel é uma democracia. E desde Sócrates e Platão, democracias não negociam com terroristas ou organizações terroristas. Enquanto o Hamas insistir e continuar a ser uma organização terrorista, usando a força para impor sua agenda político-ideológica, eu acho que todas as democracias têm de se unir na luta contra esse tipo de organização. Se nós fracassarmos na luta contra o Hamas, amanhã vai haver cem Hamas. E eles se aproveitarão da nossa divisão e do nosso desacordo.

Kelly: Há uma quantificação do que está acontecendo, quero dizer, o presidente está certo de estar apontando as vítimas civis?

Yousef: Bem, de novo: o que eu gostaria de ver do presidente da potência suprema deste mundo é que não considere lados, nem sequer tente ser equilibrado. Ele fica desequilibrado quando tenta ser um mediador nesta situação. Ele precisa ficar do lado de Israel, não porque Israel defende todos os valores americanos e os valores do mundo livre sozinho, mas porque o Hamas é o inimigo dos Estados Unidos da América, o Hamas é o inimigo do mundo livre. E o que Israel está fazendo hoje na região é lutar em favor de todas as pessoas livres desta civilização.

Kelly: Mosab, você é um jovem muito corajoso. Muito obrigado por ter vindo ao programa.

Yousef: Obrigado.

Kelly: Extraordinário...

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