17 abril 2014

CUBA HOJE

Fotos e comentários de Yusnaby Pérez, 25 anos, blogueiro, fotógrafo e escritor cubano.
Sua vida é como a dos demais cubanos. Não morre de fome, mas é pobre. Seus tataravós chegaram à Ilha desde a Espanha. Estudou o primário, secundário e universitário através do modelo gratuito e obrigatório. Estudou telecomunicações na Universidade de La Habana. Se graduou em 2011.
Depois de receber seu título foi chamado pelo governo para pagar a educação que lhe ofereceram como gratuita. “A educação em Cuba não é gratuita. Seria mais correto dizer que é de acesso universal. Mas, ao graduar-se, tem que pagá-la com três anos de trabalho e um salário mínimo, que em Cuba são 9 dólares ao mês”, denuncia.
Em Cuba os salários em média são de 9 a 20 dólares por mês. Cabe dizer que recebem assistência médica, educação, bônus de alimentação, através de uma libreta de abastecimento e serviços públicos ocasionais. Ter um salário mínimo de nove dólares ao mês pelo sacrifício de sua carreira profissional lhe parecia injusto. Por isso, se rebelou e lhe retiraram seu título universitário.
Para sobreviver, aproveitou seus conhecimentos universitários e começou a desenhar páginas de web.


Produtos racionados que cada cubano pode comprar uma vez ao mês
Miguel, 61 anos. Não é pobre, não é vagabundo: não existe. A imprensa oficial jamais contará sua historia 
Sempre à mesma hora, Tomás olha pela janela, esperançoso de voltar a ver La Habana que já não existe
Não chegou a ambulância, ninguém lhe ajudou. Ele desmaiou de fome, fadiga e álcool. Passou toda a noite aí
Hospital em La Habana onde não ão os estrangeiros nem os militares mais “heroicos"
Ainda há muitas famílias em Cuba que não se podem permitir ter uma TV a cores
Pasaron los años, pasó la vida, caducó la esperanza y permanecieron las mentiras
Há 60 anos Fidel prometeu uma “reforma urbana”. Madelín, professora primária, deve ter muito a dizer a respeito
54 anos podem ser mais destrutivos que uma bomba nuclear, sobretudo quando impera o mesmo governo
Nisto se converteu a revolução
Essas fotos de danos nas edificações causam emoções nas pessoas, que se dão conta de que tudo o que se disse é mentira, expõe Yusnaby antes de rejeitar as recentes reformas que liberalizaram o comércio de alguns bens. “É certo que já se podem comprar casas, carros e que se pode viajar mais fácil fora do país. Todos esses direitos existiam antes do castrismo; não são coisas que se estejam inventando. As estão devolvendo”.

Sobre as autorizações de mercado imobiliário, Yusnaby tem alguns reparos: “Já se podem comprar casas, mas vejamos os preços: uma de classe média custa 60 mil dólares. Com um salário de 19 dólares, quem os pode reunir? E além disso, os bancos não dão empréstimos, não dão créditos, não dão financiamento… são reformas produtivas porque devolvem direitos, mas não são acessíveis”.

Quando Raúl Castro fala de “atualizações econômicas” em Cuba se refere a negócios deste calibre

Nenhum comentário: