05 abril 2014

TRECHOS DE UMA ENTREVISTA EM QUE UM ESQUERDISTA,
AO TENTAR DEFENDER JANGO, ENTREGA MUITA COISA.


As forças nacionalistas e esquerdistas mais radicais defendiam reformas na 'Lei ou na Marra'. Tais grupos políticos defendiam o fechamento do Congresso Nacional e a sua substituição por uma Assembleia Constituinte exclusivamente formada por representantes destas forças nacionalistas e esquerdistas, enquanto que os conservadores e direitistas seriam excluídos da mesma.

Tal proposta representava, inegavelmente, uma ruptura com a ordem política e legal existente e, virtualmente, colocava o Brasil no caminho de uma Revolução Nacionalista Radical. E era exatamente este o projeto político destes movimentos sociais nacionalistas e esquerdistas do período (UNE, CGT, Ligas Camponesas, PTB brizolista etc.).

E não era apenas o ex-governador gaúcho e deputado federal Leonel Brizola que defendia tal caminho, mas a quase totalidade dos movimentos sociais do período (estudantil, sindical, camponês, intelectuais etc.), bem como líderes importantes como Miguel Arraes (então governador de Pernambuco e estrela ascendente da política brasileira nos primeiros anos da década de 1960) e Francisco Julião (líder das Ligas Camponesas).

Até mesmo o PCB, liderado por Luiz Carlos Prestes, que sempre havia sido um aliado de Jango e um dos principais defensores de um caminho legal e constitucional para se implantar as 'Reformas de Base', acabou mudando de posição nos meses anteriores ao Golpe de 1964 e se aliou aos grupos esquerdistas e nacionalistas radicais na defesa desta Revolução Nacionalista Radical.

Jango sempre discordou desse caminho de radicalização e, mesmo depois, naqueles que foram os últimos meses de seu governo, quando decidiu se aliar com os grupos nacionalistas radicais, ele acabou adotando um caminho distinto daquele que era defendido por tais grupos. Em vez de fechar o Congresso Nacional e se promover a sua substituição por uma Assembleia Constituinte, ele adotou a política de levar adiante a organização de uma série de grandes manifestações populares pelo país a fim de pressionar o Congresso Nacional para que o mesmo aprovasse as 'Reformas de Base'.

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JANGO QUIS ESTATIZAR A RADIODIFUSÃO

Pesquisando na internet, identifiquei este texto sobre a AGERT
(Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão):

"Não havia transcorrido ainda um ano da posse de Jango e pairava sobre a radiodifusão a ameaça de estatização. Para evitar a estatização, uma comitiva de radiodifusores gaúchos, atendendo a convocação de João de Medeiros Calmon, esteve em Brasília para pressionar a Câmara de Deputados. A comissão conseguiu vetar os 22 itens que seriam acrescentados ao Código Brasileiro de Telecomunicações, que propunham entregar ao Estado o controle total das estações de rádio e televisão do país. Como consequência, no dia 27 de novembro de 1962 foi fundada a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT).


Seguindo o exemplo, o grupo formado por Flávio Alcaraz Gomes, representando a Companhia Caldas Júnior, Hugo Vitor Ferlauto, das Emissoras Reunidas, Antônio Abelin, da Rádio Imembuí de Santa Maria, René Corbelini, da Rádio Charrua de Uruguaiana, Nelson Dimas de Oliveira, dos Diários Associados, Salvadore Rosito, da Difusora, Frankilin Peres, comercial da Rádio Farroupilha, Maurício Sirotsky Sobrinho, Rádio Gaúcha, Frederico Arnaldo Balvê, Emissoras Reunidas, entre outros, fundaram a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão. A AGERT nascia com suas raízes plantadas na defesa da liberdade de informação e livre iniciativa".

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